A minha visita inesperada
Olá, eu sou a Isabela e vou contar-vos uma história que nunca contei a ninguém.
Tudo começou na véspera de Natal. Estava eu sentada na minha cama quando, de repente, ouvi uma voz doce e aguda e seguidamente um estrondo. Desci as escadas a correr e vi dois duendes, mas, quando eles me viram, fugiram. Seguidamente, encontrei uma enorme prenda com o meu nome; no cartão dizia «Dos duendes Fergas e Felícia Para Bela». Depois de ler isto, cheia de ansiedade, rasguei o lindo papel de embrulho. Lá dentro só estava metade de uma bicicleta! Espantada, decidi segui-los.
Comecei a andar até chegar ao nosso helicóptero, aos corações que o meu pai tinha dado à minha mãe no aniversário dela, mas, quando cheguei lá, reparei que me tinha esquecido das chaves. Fui a correr até casa, peguei nelas e voltei até ao helicóptero. Finalmente consegui descolar e começar a perseguir os duendes, mas eles já iam longe! Decidi, então, seguir o delicioso cheiro que eles deixavam pelo caminho.
Como ainda não tinha dormido, adormeci e despenhei-me. Quando acordei, não sabia bem onde estava, pois havia muita neve mas eu não tinha frio e parecia que estava a levitar. Sentia algo, mas não via nada. Até que avistei um montão de renas e pensei:”tantas renas e são tão bonitas!” No momento a seguir tive dois arrepios: um a subir pela espinha e outro a descê-la. De repente, a neve ficou branca e brilhante. Por baixo de mim apareceu uma fábrica; pelas suas chaminés saíam pequenas imagens de prendas que logo se transformavam em cegonhas a segurar bebés enrolados em mantos, e atrás de cada par de renas apareceu um Pai Natal com um saco de prendas.
Ainda era noite por isso pensei que fosse um sonho. Belisquei-me com toda a minha força, mas a única coisa que consegui obter foi uma dor muito intensa que quase me fez chorar.
Como sou curiosa, aproximei-me de um Pai Natal e perguntei porque é que eu só tinha metade da minha prenda. Coloquei a questão a mais três Pais Natal, mas nenhum deles me respondeu, então decidi ir até à fábrica quando lá cheguei, empurrei os portões e senti-me no céu! Aquilo parecia um parque de diversões cheio de “crianças”. Do meu lado direito a estava a lista dos mal comportados e do meu lado esquerdo, estava a lista dos bem comportados. Estranhamente a dos mal comportados era maior, mas não me importei, o que eu queria era ver se permanecia na dos bem comportados. Aproximei-me e comecei a ler os nomes. Chegou a uma parte que me cansei, mas ainda não tinha visto o meu nome. Fui à lista dos mal comportados e aconteceu exactamente o mesmo. Agora já tinha duas perguntas a fazer ao verdadeiro pai natal: por que é que só havia metade da minha prenda e por que eu não aparecia em nenhuma das listas?
Estava eu à procura do Pai Natal quando reparei que os duendes não me viam, já era mais outra pergunta para a lista: porque e que os duendes não me vêem?
Finalmente encontrei o verdadeiro Pai Natal. Logo que entrei ele interrogou:
-Olá menina Isabela como chegaste até aqui?
-Com o helicóptero da minha mãe. Ah! Pai Natal, trata-me só por Bela, por favor.
-Está bem Bela, e vieste fazer o quê ? - perguntou curioso o Pai Natal.
-De início, só estava a seguir os duendes Fergas e Felícia, mas, agora, estou aqui para lhe fazer três perguntas!- disse eu entusiasmada.
- Então desembucha!
- A minha primeira pergunta é a seguinte: por que é que eu só recebi metade da minha prenda?
- Erro dos duendes! Mas quando chegares a casa já estará inteira!
- Segunda pergunta: porque que é que eu não apareço em nenhuma das listas?
- Tu estás no final da lista dos bem-comportados! –respondeu divertido o Pai Natal.
- Terceira e última pergunta: por que é que os duendes não me vêem?
- Não te vêem porque não pertences a este mundo.
No final, agradeci e mesmo antes de partir disse-lhe que me tinha despenhado. O Pai Natal resolveu o problema, emprestando-me um trenó puxado por duas lindas renas.
A meio do caminho, apareceu no pequeno televisor que trazia o trenó o Pai Natal a convidar me para ser a próxima Mãe Natal. Incrédula, aceitei logo o convite.
Ainda hoje, todas as vésperas de Natal, percorro o céu estrelado com as minhas duas renas, entregando prendas a quem se porta bem.
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