Também durante a Semana da Leitura se fez a entrega de prémios relativos ao concurso "O Melhor Conto de Natal". Para os primeiros lugares o prémio foi um livro e para os 2º e 3º lugares um prémio bem saboroso: um chocolate dos grandes. Para todos houve a entrega de diplomas de participação. Ora veja-se como estamos tão bem nas fotos.
O 1º PRÉMIO
Um amigo diferente
Sou o Manuel e vou contar o que me aconteceu no Natal passado, história triste a minha. Tudo começou com uma visita de estudo.Viajei até ao continente Africano, mais precisamente para Serra Leoa, terra de abusos e escravatura.
Eu e minha turma montámos as tendas no parque de campismo.
Nessa noite ouviam-se barulhos de tiros, crianças a gritar até que vi uma sombra, abri a tenda e encontrei um menino muito assustado, deixei-o entrar. Ambos amedrontados decidimos divulgar um pouco a vida de cada e chegamos à conclusão que éramos de mundos distintos. Estávamos na época Natalícia, eu tinha todos os anos prendas e o menino nunca tivera nenhuma.
Na manhã seguinte, eu e a turma explorámos a selva e regressámos às tendas, no fim da tarde.
No dia seguinte pensei na situação de vida do Francisco meu amigo de Serra Leoa e decidi ajudá-lo. Falei com os meus pais e tomei a decisão madura de fazer uma reclamação ao Pai Natal.
Escrevi-lhe uma carta dizendo-lhe:
“Olá Pai Natal!
Não pense que isto é a minha lista de presentes, isto é uma reclamação e um pedido.
Este Natal deparei-me com coisas horrorosas e, para estar a dizer isto, é porque vi com os meus próprios olhos. Eu tenho um amigo com um caso de vida complicado e como ele há muitos mais, mas como amigo sinto-me na posição de ajudá-lo e queria que você lhe dessa uma prenda, peço por favor.
Pense neste caso!”
O Pai Natal emocionou-se ao ler a carta e fez o que lhe pedi.
Tanto eu como o Francisco recebemos pelo menos uma prenda, foi um Feliz Natal!
Nas férias de verão fui ter com o meu amigo e contei-lhe o que fiz, e ele adorou o meu acto para com ele e assim ficámos amigos.
Ao lerem este texto irão perceber que neste Natal deverão dar algo para a caridade e para ajudar estes meninos.
Rafael Gomes
O 2º PRÉMIO
O Egoismo de Roberto
¬ Estávamos na época natalícia e New York encontrava-se coberta de luzes e enfeites. Numa casa situada no meio da cidade vivia Roberto e os seus pais, que naquela noite, como era costume, foram às compras. Quando chegaram à Quinta Avenida, Roberto começou:
- Quero aquela nintendo! Quero aquele carro!
Nessa noite não teve muita sorte, porque os pais só lhe deram um brinquedo.
Quando chegaram a casa, a mãe pediu a Roberto que escrevesse uma carta ao Pai Natal. A carta do Roberto dizia: “Pai Natal, este ano quero um carro, uma mota, dois telemóveis, um computador para juntar aos dois que já tenho, (...) não te esqueças do cofre para o meu dinheiro.”
Na noite de 24 de Dezembro chegava o Pai Natal, estacionou as renas no telhado da casa e entrou pela chaminé. Quando caiu no fundo da chaminé, viu uma árvore cheia de presentes, então olhou em volta e reparou numa porta que dizia “Roberto”. O Pai Natal lembrou-se logo da carta que ele lhe mandara e resolveu entrar, foi à beira dele e acordou-o:
- Roberto! Roberto!
- Ah! Pai Natal.
- Quero que venhas comigo, vou mostrar-te uma coisa. - disse o Pai Natal.
- Sim vou.- respondeu roberto.
Lá foram, o Pai Natal mostrou-lhe países de África, entre eles Angola, Moçambique, Serra Leoa, Guiné...
-Vês Roberto, no mundo há muitas crianças que não têm um brinquedo, e tu tens tantas coisas e ainda queres mais.
Regressaram a casa, o Pai Natal deixou Roberto e foi-se embora, este ficou a pensar. De manhã encheu dois sacos com brinquedos e foi entregá-los à igreja para os levarem para África.
A partir daí Roberto foi um menino mais compreensivo e menos materialista.
Cátia Pereira
O 3º PRÉMIO
O Menino Pobre
Na manhã de 23 de Dezembro de 1924, a neve cobria o caixote do lixo deitado no chão onde a família de um menino pobre vivia, em Londres. O menino sentiu frio, então os pais deram-lhe a pouca roupa que tinham, o frio era imenso! Passado algum tempo, os pais começaram a ficar roxos até que morreram.
O menino, quando deu conta da morte dos pais, começou a entrar em pânico e a chorar. Ele sabia que toda a gente que nasce tem de morrer, mas a dor era muita. No mesmo dia, os polícias que andavam a rondar a rua, encontraram o menino e levaram-no para um orfanato.
Ele pensou:
- Este vai ser o pior Natal de sempre!
Passado um dia, no orfanato abriu-se uma porta e entraram um homem e uma mulher magnificamente vestidos e disseram para o menino:
- Onde está a senhora ou o senhor que toma conta de vós?
O menino encantado com aquelas pessoas apontou para o escritório e disse:
- A senhora Julieta está ali dentro.
Então o senhor e a sua mulher foram até ao escritório e entraram. Lá dentro conversaram bastante até que se ouviu:
-Então podiam ser a família de acolhimento do menino novo que entrou para aqui!
O menino ouviu e pensou para ele:
- Que espectáculo, mas mesmo assim vai ser o primeiro Natal sem os meus pais!
O homem e a mulher saíram e disseram ao menino pobre:
- Queres que nós sejamos a tua família de acolhimento?
- Está bem – respondeu o menino um bocado tímido.
- Então agora vem connosco.
Ao chegar a casa, a sua nova mãe levou-o para o seu quarto e deu-lhe uma roupa novinha em folha.
- O que queres comer? – perguntou a mãe.
- Eu como qualquer coisa. - pediu o menino com receio.
- Claro, claro que sim. - respondeu a mãe.
No dia seguinte, dia de Natal, duas horas antes da meia-noite o menino pensou:
- Vai ser este ano que eu vou ter um Natal feliz.
De repente apareceu o pai adoptivo e disse:
- Estás a gostar de viver aqui?
- Sim, estou mesmo. - respondeu o menino.
Deram as doze badaladas e o pai e a mãe sugeriram:
- Vai abrir os teus presentes.
O menino abriu um presente e ficou fascinado com o que viu, num havia uma fieira de ouro com o seu signo gravado numa chapa com cor dourada e noutro que era quase do seu tamanho, estava um carro de bateria para brincar.
E assim foi o Natal feliz do menino pobre que agora tinha uma família para lhe dar apoio e muito mimo.
Nuno Gonçalves
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